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Capítulo 1








— A Cynthia. Bert, é a Cynthia! E o Leon!
— E o Steven! Você viu o Steven?!

A cada segundo que passava, Hilda e Hilbert ficavam mais e mais animados com tudo que estava acontecendo. Desde a decoração do enorme salão, enfeitado com enormes refletores de LED no teto que iluminavam vários corredores onde encontravam-se diversos treinadores e Pokémon aos às intensas batalhas travadas e exibidas por diversos telões por todo o local. Os participantes daquele evento, sediado em Driftveil City, nunca haviam visto nada parecido antes. Um evento que prometia reunir os melhores treinadores do mundo, que batalhariam entre si até que haja um vencedor único, o maior de todos: O Pokémon World Tournament.

A região de Unova não falava de outra coisa.

Todos os grandes nomes de treinadores, de Líderes de Ginásio à Kahunas, integrantes da Elite dos 4 à campeões, de todas as regiões ao redor do planeta, foram convidados para o evento totalmente fechado ao público, que era televisionado pela grande parte dos canais abertos. Além dos integrantes de todas as Ligas Pokémon, outros grandes treinadores foram convidados, os chamados “treinadores de honra”. Em sua maioria, eles eram treinadores de grande renome que fizeram história em suas respectivas regiões através de suas jornadas por insígnias ou Contests. Apesar disso, Hilda e Hilbert eram as únicas exceções. Alder fizera questão que participassem, afinal, os irmãos Muller fizeram um grande favor à região. Neste momento, ambos caminhavam pela área principal do prédio depois da cerimônia de abertura.

— Será que a gente consegue uns autógrafos? — Hilda se perguntou em voz alta. — Meu sonho ter um autógrafo de um campeão no meu cartão de treinadora…
— Imagino que sim. Vamos todos nos hospedar no mesmo hotel, afinal… De quem você quer autógrafos, afinal?
— Ah, sei lá, de todo mund... Ai!

Hilda bruscamente trombou com alguém. Ela se virou para dar um puxão de orelha no pobre condenado, mas congelou assim que viu quem era.

— Ethan?!
— Opa, foi mal! Não vi você aí… — Respondeu o treinador, sorrindo, enquanto massageava o ombro
— N-não, fui eu que não estava olhando pra onde andava! Você, uh… Se importaria de me dar um autógrafo? Meu nome é Hilda, eu também vou participar do PWT!
— Aaah, a treinadora indicada pelo Alder? Claro! Esse deve ser o… Hilbert, né? Eu soube do que vocês fizeram com aquela organização lá.

Hilda sacudia os joelhos animadamente enquanto tirava o seu cartão de treinadora da bolsa. Hilbert engoliu em seco, tentando esconder que estava tão feliz quanto a irmã.

— É, a Equipe Plasma… Foi bem… Complicado. — Ele balbuciou. — Aquela coisa com os dragões…
— Ouvi falar sobre essa batalha. Parece que foi bem impressionante! — Ethan comentou enquanto assinava o cartão da Hilda. — Quero ouvir os detalhes qualquer dia desses!
— Pega o seu cartão também, Bert! — Ela deu uma cotovelada no irmão.  
— Ah, sim!

Depois de dar um autógrafo para os dois irmãos, Ethan deu alguns tapas encorajadores em seus ombros.

— Bem, eu preciso ir agora. Tenho que fazer check-in naquele hotel. Espero conseguir uma batalha com vocês alguma hora! Boa sorte… — seu sorriso ficou um tanto quanto maligno. —  Vocês vão precisar.

Apesar da leve ameaça no fim da frase, os dois ainda mantinham sorrisos enormes no rosto quando ele saiu do prédio.

— A gente precisa se controlar melhor na frente desses treinadores famosos… Ficamos com cara de idiotas. — Hilbert suspirou.
— E o que é que tem?! Eles são demais!
— Ei, crianças!

Eles se viraram rápido, esperando que fosse algum treinador importante de novo.

Mas era só Alder, que parecia estranhamente feliz ao vê-los.

— Ah, oi, seu Alder — cumprimentou a garota sequer tentando esconder a decepção na voz.
— Ainda bem que eu achei vocês! Há algo que eu queria lhes dizer... Algo bem importante.
— Importante? — Hilbert cruzou os braços, como se já esperasse a próxima baboseira do velho homem.
— É sim… Sobre o título de campeão.


***


        


***

— Você devia pegar um Basculin.
— É uma ótima ideia... Se eu quiser perder uma mão.
— Que tal um Stunfisk, então?
— Ew, não! Eles são nojentos!
— Por quê?! A cara deles é tão bonitinha!
— Eles são lamacentos. E você sabia que eles te eletrocutam se você pisar neles por acidente? Eles podem te matar!
— Na teoria, um Haxorus também pode te matar, e você gosta de Axews mesmo assim. 
— São espécies completamente diferentes, Hilda. — retrucou o garoto se ajeitando na escrivaninha onde estava sentado.

A menina deu uma risadinha abafada, sentando-se no beliche de baixo e quase batendo a cabeça na cama de cima.

— "São espécies completamente diferentes, Hilda!" — Ela o imitou. — Você só não gosta dos coitados porque são feios!

Hilbert revirou os olhos e voltou a prestar atenção na revista  que estava lendo. Ele não tinha muito interesse em fofocas (como "Aterrorizante: Livros bizarros encontrados no apartamento de Shauntal da Elite dos 4!", por exemplo), mas ler o Horóscopo de Unova é sempre um pouco engraçado.

Ambos os irmãos já estavam vestidos para sair de casa, exceto pela falta dos bonés, casacos e bolsas que estavam jogados próximos à porta. Hilda, como sempre, parecia não sentir frio usando apenas uma blusa branca sem manga e shorts jeans. Usar um rabo de cavalo alto também não era uma escolha muito boa para o frio. As suas surradas botas eram a única peça de roupa que ofereciam o mínimo de proteção. Como ela pretendia sobreviver ao frio era um mistério — teorias dizem que ela usa roupas curtas para exibir seus músculos; ela sempre foi uma garota forte —. Mas ela provavelmente “daria um jeitinho”, como sempre dizia.

Em comparação, as roupas de Hilbert eram um pouco sem graça: Uma camisa preta, com uma calça preta, e botas vermelhas, pretas e brancas. Tão minimalistas quanto o garoto que as vestia. A única coisa que se destacava era o seu cabelo castanho — que era levemente mais claro do que o da sua meia-irmã — espetado para todos os lados. Ele se recusava a ficar arrumado, não importasse quantas vezes a escova brigasse contra ele, e Hilbert simplesmente desistiu de tentar.






Mais uma vez, uma semana cheia de desgraças estava prevista para o signo de Gothorita.

— Ei, qual é a previsão dessa semana pra Bouffalant?
— Deixe-me ver... "Há uma encruzilhada de escolhas no caminho à sua frente. Pense bem e escolha sabiamente. Para enxergar os caminhos corretos com mais clareza no futuro, tome cuidado com amigos mal-intencionados e aproxime-se da sua família. A sombra de Giratina obscurece Vênus, o que irá estagnar sua vida amorosa por enquanto".
— Que bosta.
— "Mas Victini está sob a luz da Lua nesta semana, o que trará boa sorte e vitórias no futuro próximo. É uma boa semana para apostar na loteria".
— Aí sim! — Hilda se levantou bruscamente. — Onde é a lotérica mais próxima?! Quero passar as férias em Humilau!
— Isso é tão idiota. — Hilbert sorriu. — Por que Victini estaria sob a luz da Lua?
— Ele é um lendário! Vai que ele consegue viajar pelo espa-

A conversa foi interrompida quando a porta se abriu. Um garoto entrou no quarto com uma expressão insatisfeita no rosto. Aparentemente, ele tinha um problema similar ao de Hilbert: Ele tinha uma mecha de cabelo preto no topo da cabeça que raramente abaixava. Tirando isso, ele se vestia de maneira mais formal que os irmãos Muller, usava um sobretudo azul, sapatos pretos e azuis bem lustrados e uma camisa que, curiosamente, tinha uma estampa que imitava uma gravata.





— Bianca não está com vocês?
— Achei que ela tava com você. — Hilda respondeu. 

Ele fez que não com a cabeça e suspirou, impaciente.

— Relaxa, ela provavelmente perdeu a hora de novo. Vem sentar, Cheri!
— Não, obrigado.

Ele ajeitava os óculos no rosto e arrumava o casaco quando ambos estavam em ordem, e continuava batendo o pé contra o chão de madeira. Não era difícil notar que Cheren estava um tanto quanto tenso, provavelmente por estar preocupado com Bianca e por nervosismo pelo que estava por vir. Por mais que tentasse disfarçar, ele sempre fora uma pessoa ansiosa.

O silêncio começava a ficar pesado, e Hilda decidiu quebrá-lo:

— Qual é teu signo?

Cheren ergueu uma sobrancelha, surpreendido pela pergunta.

— Meu signo?
— É.
— Hm... A menos que eu esteja enganado, Lampent.
— Lê aí a previsão pra Lampent, Bert!

Um pouco frustrado por ter que interromper a sua leitura da reportagem sobre os Darumakas Galarianos (a única matéria realmente interessante naquela revista), Hilbert voltou para a página do horóscopo.

—  "Adversidades e tempos turbulentos lhe aguardam. Confusão irá enevoar seus pen-"

E mais uma vez, o zodíaco foi interrompido pelo som da porta se abrindo. Mais vermelha do que de costume, Bianca estava arfando como se tivesse corrido uma maratona. Ela segurava um copo de água, provavelmente oferecido pela Sra. Muller. A sua amada boina verde estava fora do lugar, e seu cabelo loiro estava mais desorganizado do que nunca. Tirando isso, ela estava bem vestida, com a sua clássica paleta de cores. Leggings e colete laranja, saia e blusa brancas, e, por fim, sapatilhas amarelas. Cores conflitantes, mas de algum jeito, ela fazia dar certo.





— Desculpaaaaa! Eu me atrasei de novo...

Ela se sentou ao lado de Hilda, que lhe deu uns tapinhas nas costas para ajudá-la a recuperar o folêgo.

— Eu tive que esperar… — Ela deu uma pausa para beber um gole d’água. — ...meu pai ir embora. Ele tem uma reunião em Castelia hoje, então… Então eu achei melhor esperar ele sair.
— Isso não parece muito saudável — Hilbert franziu a testa. — Você acha que ele ia tentar te impedir?
— Ah, com certeza! — Bianca terminou a sua água, colocando o copo na escrivaninha em que Hilbert estava sentado.
— Alguém precisa ter uma conversa séria com seu pai…
— Alguém precisa dar uns tapas nele, isso sim.
— Hilda, para com isso.
— Enfim! — Cheren silenciou os outros três. — Acho que já está na hora.
— Ah, é!

Hilda deu um pulo da cama, e ficou nas pontas dos pés para pegar algo no beliche de cima: Uma caixa de presente azul com uma fita verde, que foi imediatamente colocada na escrivaninha. Hilbert suspirou baixinho, pegou sua revista e saiu de perto, enquanto os outros três se aproximaram dela. Havia uma carta colada com fita adesiva no papelão. Depois de abri-la de forma desajeitada, Hilda a leu:

— “Estou lhes dando três Pokémon, dois para vocês, e um para um de seus amigos. Por favor, escolham com sabedoria. Aproveitem seus novos amigos! Assinado, Professora Aurea Juniper”.

O silêncio constrangedor voltou a tomar conta do quarto. Bianca timidamente olhou para Hilbert, que estava encostado na parede.

— Bert… Tem certeza que tá tudo bem? Quero dizer… A professora enviou esses Pokémon pra você e para a Hilda…
— Eu já te disse, não tem problema. Você vai fazer melhor uso de um Pokémon do que eu. E não é como se eu realmente fizesse questão de um de qualquer forma...

Até a mais desatenta das pessoas perceberia que ele estava mentindo. Bianca continuou encarando-o por um tempo, mas eventualmente desistiu quando ele não cedeu, se virando para a caixa de presente de novo. Hilbert voltou a ler a matéria sobre os Darumakas Galarianos, escondendo propositalmente o rosto com a revista.

— Eu acho que Hilda deveria escolher primeiro. O pacote foi entregue para você, afinal. — Cheren disse, quebrando o silêncio.
— É verdade! — Bianca fez que sim com a cabeça.
— Sério?! Valeu, gente! 

Com um forte puxão, Hilda abriu o pacote, que revelou três Pokébolas. Cada uma tinha o símbolo do tipo do Pokémon que havia lá dentro gravado nela. Planta, fogo e água, Snivy, Tepig e Oshawott. Os três Pokémon iniciais de Unova.






— Você vai querer tirar eles da Pokébola primeiro, ou…? — Cheren voltou a bater o pé no chão.
— Não precisa. Eu já sei exatamente quem eu vou escolher!

Hilda aproximou a mão das Pokébolas, fazendo uma longa pausa dramática.

— Vai logo! — Bianca deu um leve empurrão no ombro da amiga. 
— Ok, ok! E eu vou escolheeeeeer...

Ela agarrou a Pokébola da esquerda.

— ...Este aqui!

Cheren fez um barulho com a garganta. Parecia que ele tentava engolir a indignação. Hilda, por outro lado, sacudia o joelho animadamente, com um sorriso que mal cabia no rosto.

— Peguem os seus, e aí eu tiro o meu da Pokébola!
— Minha vez! Eu quero este aqui!

Bianca imediatamente escolheu a bola da direita, e Cheren murmurou algo que parecia um pouco com um palavrão. Para ele, só sobrou a do meio.

— Acho que eu não tenho outra escolha. — Havia uma pitada de sal no seu tom de voz.
— Você não queria esse? Por quê? — Bianca perguntou.
— Não sou muito fã desse tipo… Mas tudo bem. Não tem problema.
— Vamos logo abrir as Pokébolas, gente! Em um… Dois… E três!

E depois de três flashes de luz, os Pokémon apareceram no chão: Tepig na frente de Cheren — que mantinha uma expressão um pouco amarga no rosto —, Oshawott na frente de Bianca, e Snivy na frente de Hilda. Treinadores e Pokémon passaram alguns segundos se encarando intensamente, até que Hilda decidiu quebrar o silêncio:

— E aí, amiguinho! Ou amiguinha? Ainda não sei, preciso perguntar à professora… Enfim! E aí?! 

Snivy piscou como se estivesse com sono. Olhou a garota à sua frente dos pés a cabeça, e piscou mais uma vez, balançando a cauda lentamente. A pequena serpente não estava nem de longe tão animada quanto sua treinadora.

— Uh… 
— Sni. — Grunhiu o Pokémon com uma expressão indiferente.

Hilda olhou para os lados. Oshawott e Tepig pareciam extremamente felizes em cumprimentar seus novos treinadores, ao contrário do Pokémon de planta.

— Ok. Eu… Previ que isso podia acontecer. Eu li sobre Snivys e eu sei que eles podem ser meio antipáticos no começo — Hilda disse a si mesma. — Mas a gente ainda tem tempo!

Ela ofereceu o seu braço à Snivy, sorrindo.

— Quer subir no meu ombro?

A oferta foi prontamente recusada. Snivy apenas encarou a mão dela com os olhos semicerrados e deu um passo para trás.

— Acho que isso foi um não…

O momento foi interrompido por uma música alta. Os três se viraram para Hilbert, que ainda estava lendo sua revista no canto do quarto. O som vinha dele. Ele pareceu confuso por um momento, até colocar a mão no bolso.

— Ah, meu celular. Desculpa. Eu… Vou lá fora.

Ele franziu a testa ao ver o nome na tela, e imediatamente saiu do quarto para atender à ligação, fechando a porta logo atrás dele.

— Hilda? — chamou Bianca. — Uh… Eu ainda não entendi… Foi muito gentil dele, mas… Ele sempre quis um Pokémon, certo? Por que você acha que ele desistiu?
— Eu não sei. De verdade…
— Você deveria perguntar a ele, Bianca — Cheren sugeriu. — Por enquanto… Talvez devêssemos ir falar com a professora Juniper.





Capítulo 0



"Se um rei apenas vê sua coroa ao se olhar no espelho, nada mais é do que uma marionete coberta em ouro."

Esta antiga frase veio à mente de N assim que ele despertou. Era um ditado popular em Unova nos tempos antigos, usado para descrever reis megalomaníacos que perdiam o senso de humanidade e davam as costas ao povo.

Ele prometeu a si mesmo que jamais seria assim. Afinal, todos esses anos de estudos foram justamente para que ele se tornasse um bom monarca. E falando nisso...

Já fazia dias que N pensava em sua mãe. Ela, que foi tão contra o reinado que estava prestes a acontecer... A imagem do seu túmulo constantemente aparecia diante de seus olhos.

"Aqui jaz Salva Harmonia Gropius, amada mãe e esposa, rainha da Equipe Plasma."

Ela ficaria furiosa se soubesse que o seu (tão indesejado) título de rainha fora eternizado daquela forma. A vida real nunca foi o que ela queria, nem para ela e nem para seu filho. Ainda assim... N se perguntava se ela teria orgulho de tudo que ele fez. Ela amava os Pokémon tanto quanto ele, então talvez… Talvez ela pudesse estar orgulhosa. Pelo menos, ele esperava que sim.

Ele mal percebeu que estava caminhando pelo corredor do castelo. Por quê? Já era quase hora da coroação… Mas mesmo assim, ele parou na frente da porta do seu antigo quarto e mexeu na maçaneta, certo de que, como sempre, estaria trancada. Mas para a sua surpresa, a porta se abriu com um rangido alto, então ele entrou. Aquilo mal poderia ser considerado um quarto. Já fazia anos que ele não dormia ali de fato. O cheiro de poeira tomava conta do lugar, e os brinquedos não eram as únicas coisas espalhadas pelo chão: De Pokébolas à pedaços de doce, havia todo o tipo de lixo por ali.

 — Ghetsis disse que mandou alguém limpar este quarto… — Ele murmurou para si mesmo. — Por que está tudo tão bagunçado?

 N chutou de leve uma Luxury Ball que estava em seu caminho, e continuou a andar. A bola de basquete, o ferrorama… Tudo estava exatamente como ele havia deixado, uma década atrás. A última vez que ele havia dormido naquele quarto foi um dia antes do funeral da sua mãe. Desde então, as portas ficavam trancadas na maior parte do tempo. Nos quatro primeiros anos após o acontecido, ele sequer aguentava passar perto da porta sem ter um colapso. Atualmente, não doía tanto — nada doía muito, na verdade. Ele fora treinado para isso. Mas… Talvez fosse a poeira, mas seu peito parecia apertar mais e mais a medida que os segundos passavam. E as paredes sempre foram tão coloridas assim? Seus olhos ardiam. Sua cabeça latejava. Era difícil respirar…

— Lorde N?

A voz de Anthea o libertou do transe. Ele se virou um pouco rápido demais, o que fez com que ela desse um pulinho de susto.

— V-você está bem, milorde?
— Sim — Ele respondeu rapidamente. — Sim, eu… Estou bem.
— O que faz aqui?
— Só… Estou dando uma olhada rápida. Eu pensei que esta sala havia sido limpa, aliás.

Anthea franziu a testa ao olhar o estado lastimável do quarto.

— Eu tinha certeza que Ghetsis havia mandado uma equipe de limpeza. Que estranho. Eu irei lembrá-lo novamente mais tarde. De qualquer forma… Lorde N, está quase na hora.
— Estou ciente. Só pensei que eu deveria visitar o meu antigo quarto… Só por alguns instantes.
— Oh… Entendo. A sua visita está terminando?
— Agora está. Eu não me sinto muito bem neste quarto. Talvez seja culpa da poeira.

O olhar dela se tornou preocupado, embora N não tenha notado.

— É melhor que saia, então.


A porta pareceu fazer um barulho mais alto do que de costume ao ser fechada.




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