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- Memory Link Pokémon 1 - Shock Drive
Posted by : Jolly E.
Aug 17, 2025
Amanhã seria o grande dia, tanto para os treinadores que iriam
recebê-los, quanto para os três Pokémon iniciais cuidadosamente selecionados
pela professora Aurea Juniper para eles. Ser entregue para um treinador era uma
promessa de evolução — literalmente e figurativamente —, e, acima de tudo, uma
promessa de companheirismo. Era a hora de dizer adeus ao laboratório de Nuvema
e partir para o mundo lá fora! O que nunca é uma despedida fácil para a
professora, nem para os seus colegas, apesar de ser um ciclo que se repetia
todos os anos. Aquela seria a última vez que eles dormiriam no sofá do
laboratório…
Mas Tepig não teve tempo de sonhar com o lugar que havia sido sua casa
por um ano, pois alguma coisa a tinha feito acordar… Embora ela não tivesse
certeza do quê: O clarão que tinha acabado de iluminar o céu de Nuvema ou a
discussão que estava acontecendo no outro lado do sofá.
— ...V-você vai estragar tudo!
— Ah, é mesmo? Como eu estragaria tudo?
— Se a gente causar problemas, a professora pode nos trocar!
— A solução é simples: Não sejamos pegos.
Afe. Emerald e Azure batendo boca. Mas até aí, nada de
novo... Mas o que tinha sido aquilo? Após se esticar e bocejar, ela se
levantou, indo em direção a janela logo acima deles.
— Ah, Bertha! — Disse o Oshawott. — Escuta só a ideia desse… Desse
doido!
— Doido?! — O Snivy se ofendeu profundamente. — Se esqueceu que eu
tenho a vantagem de tipos entre nós dois? Está brincando com a sorte.
— Eu, brincando com a sorte?! Você que quer sair do
laboratório no meio da noite só porque tá trovejando!
— Isso não é um relâmpago qualquer, o céu está limpo. Isso foi causado
por alguém! Você é imbecil assim ou se faz?!
— Emerald, já deu! — Bertha exclamou.
Infelizmente, ela era muito baixinha para conseguir enxergar algo acima
das árvores — mesmo se apoiando no parapeito da janela — e sua visão noturna
não era das melhores para ver se havia algo dentro da floresta. Mas, realmente,
não estava chovendo.
— O que tá acontecendo, afinal? — A Tepig perguntou, balançando as
orelhas. — Deu um relâmpago, é isso?
— Alguém, alguém muito forte, usou um ataque elétrico no meio da
floresta. Quem teria poder para tal por aquelas bandas? Só tem água e árvores
naquela direção.
— Como que você sabe? — Acusou Azure.
— Porque eu já fui até lá… E dei de cara com um beco sem saída. Que
nesse caso era o oceano. Mas enfim. Eu digo que deveríamos investigar.
A pequena cobra desceu do sofá com um pulo, se dirigindo até a porta do
banheiro comunal do laboratório. Como se isso não fosse nada extraordinário
para um Pokémon, ele usou suas vinhas para abrir a maçaneta, subir na privada e
abrir a janelinha que ficava logo acima dela. Era sua melhor saída, já que
todas as outras haviam sido trancadas devido as fugas anteriores do Snivy.
— Ou melhor… Eu deveria investigar. Se vocês quiserem vir ou não…
Problema de vocês.
E com essa frase dramática, Emerald havia realizado sua fuga com
sucesso, pulando pela janela em direção à noite profunda.
— Essa… Essa porta abre de noite? Desde quando?
— Desde que a Lacey roubou a coisinha que abre ela hoje de manhã. —
Bertha respondeu.
Ah. Isso fazia sentido. Típico de uma Minccino. Não pode ver uma coisa
brilhante… Ou uma bola de poeira, dependendo do caso.
— Eu vou lá… Vai que ele se machuca. Da última vez que ele fugiu, quase
que perdeu aquela cauda dele! Mas, dessa vez, ele vai perder nosso grande dia amanhã
se fizer alguma gracinha.
Com uma certa dificuldade, a Pokémon de Fogo imitou os movimentos do
amigo — “e quem disse que eu sou amigo
de vocês?”, ele provavelmente diria — e subiu no vaso sanitário, parando
para olhar o Oshawott.
— E aí, você vem?
— Vou… — ele suspirou, mexendo nervosamente na sua concha. — Não quero ficar
sozinho.
Azure caiu na grama até que de forma graciosa, mas Bertha caiu de
barriga no chão com um estrondo. Não fez muito caso disso, no entanto, se
levantando rapidamente. Era comum para um Pokémon sem cauda perder o
equilíbrio. A madrugada estava um tanto fria… Ou manhã, na verdade. O dia estava
começando a raiar, então a floresta não estava no completo e total breu. Mas
ainda assim, estava escura o bastante para ser assustadora. Azure ficou atrás
de Bertha… Como se ele não fosse mais alto que ela.
— T-tá vendo alguma coisa?
— Não… Não vejo muito bem no escuro…
— Eu também não… Urgh, por que esse maluco teve que se enfiar no meio do
mato?!
— Quanto mais rápido a gente achar ele, mais rápido a gente volta,
então… — ela deu alguns passos desengonçados para frente. — Só vamos em linha
reta e ver se a gente acha algum sinal dele!
Por sorte, a dupla não teve que procurar por muito tempo. Depois de um
minuto ou dois de caminhada no silêncio amedrontador, encontraram o companheiro, que estava escondido
atrás de um arbusto numa clareira, encarando fixamente um laguinho logo à
frente.
— Você-! — Começou Azure.
— Shhhh! Fiquem quietos! — Emerald vociferou. — Estão ouvindo isso?
— Agora que você mencionou… — Bertha mexeu as orelhas de leve.
Passos. Dois tipos de passos: Alguém que tinha passos quase inaudíveis,
e alguém que parecia que caminhava se arrastando. Havia um ruído de folhas se
mexendo acima das árvores também… E um barulho estranho, de alguma coisa
estalando… Mas todos os sons foram imediatamente afogados quando o estrondo súbito
e alto de garras batendo em metal ressoou pela floresta, e um grande borrão
cinza saiu voando com tudo pelo ar e caiu dentro do lago, fazendo os três Pokémon
iniciais pularem de susto, se escondendo ainda mais atrás do arbusto.
— O-o que foi is-
— Não! — Uma voz interrompeu Azure. Uma voz humana.
Um garoto alto de cabelos verdes entrou na cena, esticando a mão como se
fosse salvar… Seja lá o que era aquilo que havia acabado de cair na água. Ele
tinha machucado a perna direita, estava com a calça rasgada e manchada de
sangue, o que explicava o fato dele estar mancando. Devia estar doendo, pois
ele quase tropeçou para dentro do laguinho, mas conseguiu ficar de joelhos na
beira dele. Mais uma vez assustando os três Pokémon, um borrão preto também
mergulhou na água. E logo atrás dele, surgiu uma criatura alta com jeito de
raposa, com longos pelos pretos e vermelhos. Ele carregava algo de metal na
boca
— Ganhei! — Triunfantemente exclamou o Pokémon.
— Scarlet, eu disse pra você não matá-lo!
— Ele não está morto! — Respondeu o Pokémon da melhor forma que
pode apesar do que carregava na boca, parecendo ofendido. — Só desmaiado! Ele
nem consegue se afogar, o Quark vai salvar ele.
— Mas você arrancou um pedaço dele fora!
Ele cuspiu com selvageria o objeto de metal no chão, que agora estava
coberto de baba. Era uma espécie de borda com espinhos, pertencente a alguma
coisa.
— Mas dá pra encaixar de volta, não dá?
O humano fez um barulho parecido com um engasgo, colocando um braço sob
o estômago.
— ...Quero vomitar.
— Aaaaah, para de drama, essa parte dele nem é viva. Não é como
se eu tivesse arrancado a cara dele, ou qualquer outro pedaço vital-
— Para de falar!
Finalmente, os dois borrões não identificados saíram da água. O borrão preto
era um outro humano, de cabelos brancos e com uma roupa esquisita. Ele
carregava com dificuldade um Pokémon grande e metálico feito de engrenagens,
que, julgando pelo seu único olho estar apagado, realmente estava desmaiado… E
coberto de marcas de arranhões e machucados. Era impressionante que um humano
conseguisse tirar um Pokémon como este, que não devia pesar menos de oitenta
quilos, do fundo de um lago.
— Muito obrigado, Quark! — Exclamou o garoto, colocando as mãos sob a
superfície de metal. — Não se preocupe, amigo… Você vai ficar bem.
Com uma expressão enojada, ele pegou a roda babada de metal do chão e
passou em volta do corpo do Pokémon, e ela se encaixou imediatamente via
magnetismo. Ele seguia desmaiado, no entanto. O humano que usava roupas pretas
removeu a longa peruca branca da cabeça e a torceu para tirar a água, deixando
a mostra cabelos bem mais curtos e castanhos.
— Os humanos conseguem tirar os pelos da cabeça? — Emerald sussurrou
para si mesmo.
— Dudley… Não acredito que ele teria coragem de deixar seu amigo para
trás como isca.
— Duvido que esse paspalho enxergasse esse Klinklang como seu amigo pra
começo de conversa, N…
— Maldito. — N suspirou. — É por causa de pessoas assim que… Ah, não
importa. Vamos voltar. Vamos procurar a bola dele e destruí-la.
Enquanto isso, Scarlet lambia os lábios com nojo, resmungando sobre como
metal tem um gosto péssimo.
— Eu não acho que seja uma boa ideia destruí-la… Não tem garantia
nenhuma que ele vai colaborar conosco quando acordar. Precisamos dela para
contê-lo… Ah, não faz essa careta. É só por enquanto.
— Tá, que seja… Mas iremos destruir o Drive, certo?
Quark tirou um objeto quadrado e amarelo do bolso, e, como resposta, o
jogou na água, onde provavelmente viraria brinquedinho de mastigar de um
Basculin.
— Agora só temos que achar os outros. Mas isso vai ser tarefa pra depois.
Temos que ver essa sua perna.
— Tá tudo bem. Só tá doendo um pouco… Estou com mais fome do que dor, na
verdade. Vamos logo. Quero encontrar a Poké Ball dele e chegar em Accumula
antes das sete.
Se apoiando no ombro de Quark, N se levantou e deu alguns passos
sofridos, ainda mancando. Scarlet parou de reclamar do sabor do Klinklang e se
enfiou debaixo do braço de seu mestre, servindo de apoio. Mais uma vez, Quark
ergueu o Klinklang como se não fosse nada, e assim os quatro se foram, se
enfiando mata adentro mais uma vez.
Bertha e Emerald ficaram em silêncio por alguns momentos. Tanto pela
dúvida sobre o que diabos tinha acabado de acontecer, quanto para se certificar
que eles tinham mesmo ido embora.
— Eu nunca vi alguém como aqueles dois… — Emerald saiu de trás da moita.
— Os humanos? — Bertha ponderou.
— Não, humanos já vi vários. Falo do camarada de metal… E o outro que
comeu uma parte do corpo dele.
— Será que foi algum deles que fizeram aquele clarão?
— Provavelmente. Mas é esquisito que eles dois tenham lutado, mas os humanos
ainda queriam salvá-lo…
— Talvez queriam capturar ele? Mas espero que ele fique bem. Não deve
ser legal ter parte uma parte corpo arrancada…
Só quando o Oshawott voltou para a superfície foi quando seus dois
companheiros perceberam que ele havia ido atrás do objeto amarelo que havia
sido jogado dentro do lago.
— Aaaah, então você também está curioso sobre essa situação. — Zombou o
Snivy.
— C-cala a boca! — Azure resmungou. — Eu achei bonito, só isso…
A princípio, parecia um disquete retrô comum. Havia algo escrito nele em
relevo… Mas nenhum dos Pokémon ali presentes sabia ler, então ninguém soube
dizer o que aquilo queria dizer.
— Já que gostou tanto, é seu. Não faço ideia do que é isso, então… Até
onde me diz respeito, é lixo.
— Bom, agora que o mistério foi resolvido… Podemos voltar pro
laboratório, por favor? — pediu Azure, brincando com o disquete em suas
mãozinhas. — Já está amanhecendo… Não podemos perder a hora!
— Suponho que sim… Que chato. Achei que seria algo mais emocionante.
— Você queria algo mais emocionante que isso?!
— Vamos lá, gente! — disse Bertha, liderando o caminho de volta.
O trio de Pokémon iniciais voltou para o laboratório, bem a tempo de poderem fingir que estavam dormindo todo pra que a professora
não desconfiasse de nada sobre a aventura deles...
NOSSA, E QUE BELA SURPRESA EU RECEBI, vendo que esse memory link respondeu algumas das questões que os capítulos até agora colocaram na minha cabeça!!!
ReplyDeleteFico me perguntando se o tal Dudley fugiu com o Genesect mesmo? E o que será que vai acontecer nesse plot aí?
Mas outra coisa que eu adorei é que seria muito fácil colocar cada inicial com uma personalidade que remete cada um dos treinadores que iriam os escolher, mas você foi além e deu personalidades únicas a eles! Alguém que lê o Memory Link antes de ler o capítulo 2 não consegue prever qual Pokémon vai para cada um. E da mesma forma que é legal ver os três treinadores interagindo, é muito divertido ver esses 3 juntos também! Fico querendo ver eles se encontrando depois de totalmente evoluídos e lembrando do tempo de "criança".
Enfiar, ansioso cada vez mais para os próximos capítulos!
Smel you later!
Pronto li esse Memory Link e nossa, foi tão legal ver os pontos de vista dos Pokémon e o que estavam fazendo na noite anterior e como o Shock Drive foi parar nas patinhas do Azure e o que irá acontecer com esse disquete nos capítulos que virão.
ReplyDeleteFoi muito bom rever o Scarlet, o Quark e o N. E o Klinklang? Meu deus, que loucura. Eu queria ter visto a batalha, mas você só alimentou minha curiosidade sobre o Dudley e o paradeiro dele e do Genesect.
Já quero o próximo!
Eita, eu não tava esperando por dois capítulos sendo postados juntos, mas é uma proposta bem interessante trazer esses especiais intercalados. Assim você vai contando o passado dos personagens aos poucos sem precisar ficar reservando espaços longos da história para flashbacks. É uma ideia boa!
ReplyDeleteE aqui foi interessante ver que mais uma vez o capítulo se dividiu em dois núcleos, e a dinâmica foi mostrar o passado de um juntamente com o presente de outro, se é que dá pra dizer assim. Porque os iniciais já vimos o que acontece depois com eles, e quanto ao grupo do N, aqui está mais à frente do tempo com relação à última vez que os vimos, sendo uma continuação do prólogo. Haja habilidade pra fazer isso! :v
Mas pelo menos temos agora uma ideia do que aconteceu na floresta na noite anterior à entrega dos iniciais. Mas ainda resta a dúvida do porquê a Juniper teve que ir tão às pressas para Accumula. Acredito que saberemos isso em breve.
Até a próxima! õ/
Azure não queria ir para a mata mas foi o responsavel em recuperar a reliquia. QUE VENHA
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